Com o IPTU mais caro do estado do Rio de Janeiro e um dos mais caros do país, Niterói, durante os governos de Rodrigo Neves e Axel Grael, bateu o triste recorde de imóveis com inadimplência por conta do atraso no pagamento deste imposto municipal.
Segundo dados do Instituto de Estudos de Protestos de Títulos do Brasil, Niterói tinha 62.902 imóveis inadimplentes com o IPTU no início de 2024. Isso representa 27% dos 230 mil imóveis existentes na cidade, de acordo com o censo do IBGE de 2022. Se levarmos em consideração os imóveis ocupados – 194.500 – o percentual de inadimplentes sobe para quase um terço do total.
Os bairros com maior número de imóveis com algum atraso no IPTU eram Fonseca (7037), Icaraí (5649), Centro (5215), Piratininga (4479), Itaipu (3626), Engenho do Mato (3032), Engenhoca (2188) e São Francisco (1647).
A atualização das plantas por imagens aéreas, como aconteceu em anos recentes, é controversa para alguns especialistas e a ausência de maiores explicações por parte da prefeitura contribui para a pouca transparência a que o contribuinte tem acesso para tentar entender porque é obrigado a pagar um IPTU tão caro.
Essa situação de insolvência, por conta do alto valor do IPTU cobrado pela prefeitura de Niterói nos últimos anos, tem levado muitos imóveis a serem leiloados, devido a dívidas de IPTU que se tornam impagáveis.
No final do ano passado alguns imóveis foram a leilão por conta de dívidas acumuladas de IPTU que iam de 200 mil a 7,7 milhões de reais. Na maioria das vezes os imóveis que vão a leilão são arrematados, por valores bem abaixo dos de mercado, direta ou indiretamente, pelos grandes empresários que comandam a especulação imobiliária na cidade.
Na prática a prefeitura, ao cobrar um IPTU que de tão caro fica difícil de pagar, ajuda diretamente aos grandes tubarões do setor imobiliário.
Enquanto isso vários serviços públicos municipais deixam muito a desejar, como demonstram as calçadas esburacadas, o trânsito travado, o Centro da cidade abandonado e tomado por moradores em situação de rua, os rios sujos e as ruas ainda sem pavimentação na Região Oceânica.
